O IMPEACHMENT DE DANIEL GUERRA SE APROXIMA DO FINAL


O processo que desgasta o mandato de Guerra parece estar próximo do fim e com final feliz para o Prefeito de Caxias




     Foto: Diogo Sallaberry/ Agência RBS


O impeachment do prefeito Daniel Guerra (PRB) parece, enfim, ter tido um desfecho nesta última terça-feira (27). Isso porque, o chefe do Executivo teria conseguido o oitavo voto necessário para barrar o prosseguimento do processo que cassaria seu mandato.


Após declarações de vereadores indecisos no plenário da câmara, somado aos votos de parlamentares que já haviam se pronunciado contra o impedimento do prefeito, o clima é de otimismo por parte de apoiadores do ex-tucano.


 Entenda os fatores que implicaram na abertura do processo:


Descumprimento da ordem judicial de vagas na educação infantil;

Descumprimento do repasse para o Financiarte, programa do município em incentivo à cultura;

Descumprimento da lei do Conselho Municipal de Saúde, com a terceirização do Pronto Atendimento 24 horas;

Descumprimento da lei do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente;

Descumprimento da lei do Plano Municipal de Gestão de Resíduos Sólidos;

Impedimento do funcionamento regular da Câmara de Vereadores;

Descumprimento da ordem judicial do mandato de seu vice, Ricardo Fabris.



Quando questionado pelo Portal Leouve, no dia 12 de dezembro de 2017, sobre o repasse à cultura abaixo do previsto (1% do orçamento do IPTU e ISSQN), Guerra se defende afirmando que a constituição lhe garante priorizar o orçamento nas áreas de saúde e educação.


  Projeto de lei de 2017

  Fonte: Site do Senado Federal




Já ao ser questionado sobre o Pronto atendimento 24 horas, o prefeito de Caxias, alega fazer uma gestão compartilhada e não uma terceirização. O que não caracterizaria crime político-administrativo como defendem os favoráveis à sua cassação.

 Perguntamos ao vereador Rafael Bueno (PDT) se o mesmo acredita em todos (sete) argumentos que dão base legal ao processo, e o que de fato caracteriza crime Político-administrativo no caso que suspenderia o mandato do prefeito, sua resposta foi: “O pior de todos os crimes é o de estelionato moral, ou seja, prometer, enganar, ludibriar e depois fazer tudo na contramão. O argumento e as questões sobre a terceirização do Pronto Atendimento são claras, bem como o não cumprimento judicial das vagas de educação infantil”.
Também pedimos ao Vereador Rafael Bueno (PDT), seu posicionamento quanto às acusações referentes ao repasse do Financiarte abaixo do previsto em lei. Sua resposta foi:Até ser questionado pelo Ministério Público, o Executivo Municipal afirmou que investiria apenas 30% do previsto para 2017, porque o restante seria destinado a outras áreas que no seu entendimento seriam prioritárias. Entretanto, após o Ministério Público ingressar com ação judicial para o cumprimento da lei, o Executivo Municipal, interpôs Ação Direta de Inconstitucionalidade, para Impugnação ao artigo 4º da Lei Municipal n.º 6.967/2009, que reformula o Fundoprocultura e dá outras providências. Hipótese que releva vício de inconstitucionalidade, na medida em que há expressa vedação constitucional de vinculação da receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, fora daquelas excepcionalmente previstas. Ocorre que desde a criação do Financiarte, foi utilizado como parâmetro um mínimo de 1% e, um máximo de 2%, para que o valor investido não defasasse e também para que não extrapolasse ou crescesse de tal forma a inviabilizá-lo. Causa estranheza o fato de que o vereador Daniel Guerra, nunca tenha questionado a matéria, no período em permaneceu no Legislativo Municipal, fiscalizando os atos do Executivo. Mais estranheza ainda, o fato dele próprio ter dado parecer favorável a Lei Municipal n.º 6.967/2009, que reformula o Fundo Municipal de Apoio à Produção Artística, quando presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara de Vereadores”.
Procuramos a Vereadora Paula Ioris (PSDB) para sabermos quais pontos do processo a mesma acreditara justificar o afastamento do Prefeito Daniel Guerra, no entanto, não obtivemos seu posicionamento. 

Entramos em contato com o Vereador Rodrigo Beltrão (PT) e lhe perguntamos: A bancada do Partido dos trabalhadores foi favorável à admissibilidade do processo, entretanto, agora é contraria ao impedimento do Prefeito. Como se chegou a essa conclusão e o que convenceu o PT a ser contra ao impeachment? Sua resposta foi: “Não há nenhuma contradição em votar pela admissibilidade. O prefeito cometeu sim infrações político-administrativas, no entanto, entendemos que elas podem ser analisadas e ainda apreciadas através do poder judiciário, porém, a cassação é um remédio excepcionalíssimo no qual no nosso entendimento não cabe nesse momento. A própria população que fez uma decisão soberana no processo eleitoral, vai ter que pedagogicamente exercer a sua democracia e forçar o prefeito à que cumpra seus compromissos de campanha, e que possa implementar o seu programa. Entretanto, esse contrato da sociedade com o prefeito que tem um prazo de validade de quatro anos, só pode se romper a partir de um crime de responsabilidade doloso onde isso fique bastante configurado; não é o nosso entendimento”.



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